Adolescência: série da Netflix foi mesmo filmada sem cortes?
E a resposta sonora é SIM!
Mas como foi possível criar essa ilusão cinematográfica? A resposta está nos bastidores
Existem séries que seguem padrões. E existem séries que redefinem o que significa assistir a uma história. Adolescência, série da Netflix, pertence ao segundo grupo. Durante quatro episódios intensos, somos transportados para uma narrativa sem cortes aparentes, onde a câmera nunca desvia o olhar. Cada cena, cada emoção, é vivida em tempo real, sem interrupções. O resultado? Uma experiência imersiva e visceral que desafia os limites da televisão tradicional.
“Não há costuras de takes. Foi tudo uma tomada só, quer eu quisesse ou não.” – Matthew Lewis, diretor de fotografia.
Uma Nova Experiência para o Espectador
A técnica utilizada em Adolescência segue o mesmo princípio de filmes como 1917 e Birdman: um plano-sequência. Em outras palavras, os episódios são construídos como se fossem filmados em uma única tomada. Mas, diferentemente de outros projetos que utilizam cortes invisíveis para criar essa sensação, a equipe de Adolescência decidiu ir além. Aqui, não existem truques de edição. O que você vê na tela é exatamente o que foi filmado.
Com esse comprometimento, cada cena se tornou um desafio monumental. Um erro no diálogo? Volta do início. Uma movimentação errada? Refaz tudo. O resultado só seria possível através de um ensaio minucioso e de um elenco disposto a viver cada momento sem margem para erros.
O Desafio do Plano-Sequência
Para entender a complexidade como a série Adolescência foi filmada, assista um pequeno trecho dos bastidores:
Bastidores de um Feito Extraordinário
Para que Adolescência ganhasse vida, o diretor Philip Barantini e sua equipe passaram semanas ensaiando cada detalhe. A primeira etapa foi focada nos atores: cada cena era repetida até que os movimentos e falas estivessem internalizados. Depois, entrava a equipe técnica, que precisava estruturar cada transição para que o plano-sequência fluísse com naturalidade.
“Mapeamos a área e ensaiamos como uma dança, entre mim e o elenco.” – Matthew Lewis.
Esse nível de preparação permitiu que as gravações ocorressem de maneira mais fluida, mas não sem desafios. Em um ambiente pequeno, como uma cozinha, a câmera na mão funcionava bem, mas em corredores longos, o resultado poderia ser cansativo para o espectador. Para solucionar isso, a equipe optou por um eixo cardã estabilizado, que permitia movimentos mais suaves sem comprometer a imersão
O Impacto no Espectador
Mas por que tamanho esforço? Para criar uma experiência autêntica, intensa e inesquecível. O uso do plano-sequência em Adolescência aumenta a tensão, força a audiência a encarar os eventos sem interrupções e mergulha os espectadores no drama de cada personagem.
“O plano-sequência obriga a audiência a assistir sem desviar o olhar, mesmo que isso crie ansiedade ou estranheza.” – Philip Barantini.
A decisão de gravar sem cortes também reflete a temática da série. Adolescência é uma história sobre os impactos irreversíveis do crime e da radicalização. Ao acompanhar os eventos sem pausa, somos forçados a encarar a realidade de frente, sem edulcoração ou filtros.
Uma Produção para Entrar na História
O resultado final? Quatro episódios que redefinem o que esperamos de uma série. Nada foi fácil. Algumas cenas foram refeitas 16 vezes. A câmera precisou atravessar sets reais e estúdios interligados para que a ilusão funcionasse. Cada movimento foi meticulosamente calculado. Mas valeu a pena.
Adolescência é uma prova de que contar histórias é uma arte que vai muito além do roteiro. É sobre criação, dedicação e inovação. A Netflix não apenas entregou uma série, mas sim um marco na história do entretenimento.
E agora, a pergunta que fica é: quantas outras histórias ainda podem ser revolucionadas?
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