Entretê News Trends

Série Adolescência: como foi filmada e o seu delicado tema entre a família e adolescentes

Série aborda o delicado tema de INCEL em 4 episódios dramáticos e realistas.

Série Adolescência da Netflix foi filmada de maneira inédita

Apesar do delicado tema que a série Adolescência da Netflix trata – ela traz a tona os casos de incel -, sua forma de apresentar cada um dos 4 episódios tem gerado muitos comentários surpresos.

Cada episódio foi filmado em um único take. Isso quer dizer que não há interrupções nas cenas, nem cortes, nada!

Para deixar as coisas mais reais e tensas, as cenas geralmente são bem conflituosas e o espectador realmente se sente dentro da trama.

Em Adolescência a emoção, drama e a qualidade de interpretação de um ator não é cortada no meio. Tudo é real, apesar de ter sido ensaiado exaustivamente. No final de cada episódio, o que você assiste é o que realmente foi gravado. Não tem edição, não tem truque. Isso é o que garante o diretor da série.

Tema vai muito alem do bullying

A escolha perspicaz para tratar um tema delicado de conflito entre jovens que vai além do bullying, ajuda o espectador a somente se “desligar da série” quando o diretor deseja, ou seja, ao final de cada episódio.

Stephen Graham, responsável por Adolescência e que também atua como o pai do jovem e problemático protagonista, queria mesmo causar essa reação na no espectador.

Sinopse Adolescência:

“Adolescência” acompanha uma família que vê o seu mundo virado do avesso, quando o seu filho de apenas 13 anos vai para a prisão pela acusação de assassinar uma colega da escola. No entanto, muitas informações escondidas nos comportamentos dos personagens ressoam em cada um dos 4 episódios da série.

O ator Owen Cooper dá vida a Jamie Miller, filho de Eddie Miller na série
Stephen Graham, criador da série também faz o papel do pai do protagonista.

Segundo os criadores, os efeitos de discursos misóginos e conservadores dentro de um ambiente familiar, social e digital podem influenciar os jovens de hoje, especialmente os meninos, e não de uma forma com final feliz.

Série é a mais vista da Netflix

Brad Pitt também marca presença na série

“Adolescência” se tornou um verdadeiro fenômeno no Brasil em tempo recorde. Em poucos dias, a série conquistou uma legião de fãs e logo ultrapassou fronteiras, despertando o interesse do público internacional. Com um tema universal e uma abordagem autêntica, não demorou para se tornar a produção mais assistida da Netflix.

O estilo inovador de gravação e os desafios enfrentados na produção apontam para um futuro promissor dentro da plataforma, abrindo caminho para novas narrativas ousadas.

E um detalhe que chama atenção: Brad Pitt, um dos atores mais consagrados de Hollywood, não apenas empresta seu nome à série, mas também atua nos bastidores como produtor executivo. À frente da Plan B Entertainment, ele aceitou o desafio de viabilizar um formato ousado – filmado sem interrupções, em uma experiência quase imersiva.

Sempre presente no set, Brad Pitt demonstrou entusiasmo e comprometimento com cada detalhe da produção, provando, mais uma vez, seu talento não só diante das câmeras, mas também como visionário no universo do entretenimento.

Teme delicado e a Saúde Mental

Como se a imersão de assistir a uma série filmada sem edições já não fosse o bastante para você dar uma espiada na produção, o tema delicado do enredo também deve ser observado de perto. Trata-se de um tema que vai além do bullying. Estamos falando de incel.

Fenômeno dos Incels

Uma série que rapidamente se tornou um fenômeno global, Adolescência, da Netflix, não apenas cativou o público com sua trama envolvente, mas também trouxe à tona questões urgentes sobre juventude, pertencimento e saúde mental. Em meio às narrativas de amadurecimento e desafios emocionais, um tema latente se faz presente: a solidão dos jovens em um mundo cada vez mais conectado — e, paradoxalmente, mais isolado.

Quem não se arrepia com essa cena? A psicóloga representa o medo de confrontar-se com o inesperado vindo de um menino de 13 anos.

Esse mesmo isolamento é um dos gatilhos para a ascensão do movimento “incel”, um termo que surgiu nos anos 1990 para descrever “celibatários involuntários” — homens que se sentem rejeitados romanticamente e sexualmente. O problema, no entanto, não está apenas na frustração individual, mas na forma como esses grupos encontraram nas redes sociais um terreno fértil para propagar discursos de ódio e misoginia. Fóruns online como 4chan e Reddit tornaram-se espaços de desabafo, mas também de radicalização, onde a rejeição se transforma em ressentimento e, em casos extremos, em violência.

O Perigo da Solidão e da Radicalização

Estudos apontam que a raiz desse fenômeno pode estar menos na aparência e mais na saúde mental. Jovens que se identificam como incels costumam supervalorizar a importância da beleza e do dinheiro, enquanto subestimam aspectos como empatia, senso de humor e lealdade. O psiquiatra Andrew Thomas, da Universidade de Swansea, argumenta que, para romper esse ciclo, é necessário oferecer suporte psicológico a esses indivíduos, em vez de apenas classificá-los como ameaças. A falta desse olhar pode levar a consequências graves, como os ataques cometidos por indivíduos ligados a essa subcultura, incluindo o caso de Jake Davison, que matou cinco pessoas no Reino Unido em 2021.

Seja na ficção ou na realidade, a adolescência é um período de busca por identidade e aceitação. A grande questão que fica é: em um mundo onde a conexão é instantânea, por que tantos jovens ainda se sentem sozinhos? Se a série Adolescêncianos mostra os altos e baixos dessa fase da vida, os debates sobre os incels escancaram a necessidade urgente de se falar sobre saúde mental, pertencimento e os riscos da desinformação nas redes sociais. Porque, no final das contas, o que está em jogo não é apenas o presente desses jovens — mas o futuro de toda uma sociedade.

As mensagens subliminares dos emojis

Em meio a selfies, curtidas e mensagens instantâneas, um detalhe aparentemente inofensivo tem chamado a atenção de pais e especialistas: o uso de emojis como uma linguagem própria e, muitas vezes, enigmática entre os jovens.

Especialmente entre os 12 e 15 anos — fase em que os adolescentes buscam aceitação, muitas vezes imitando comportamentos, sejam eles positivos ou negativos fazem com que os emojis ganhem um novo significado, servindo não apenas como código entre os jovens, mas também como um meio sutil de comunicação para predadores online.

Se por um lado o uso de símbolos para se expressar é natural e varia de cultura para cultura, por outro, torna-se um risco quando aliado à falta de supervisão. A conexão permanente dos adolescentes ao mundo digital amplia a vulnerabilidade, tornando essencial um olhar atento dos responsáveis. Afinal, na era das redes sociais, nem tudo o que parece inocente realmente é.

A questão que fica é: até que ponto conhecemos a linguagem digital da nova geração? Se Adolescência nos convida a revisitar as dores e descobertas desse período da vida, a realidade nos lembra que a conversa sobre segurança online precisa acontecer — e quanto antes, melhor.

O Emoji 💯 e a Regra 80/20:

A Relação Entre Expectativa e Realidade na Série Adolescência

Na era digital, a comunicação transcende as palavras e ganha novos significados com os emojis. Entre eles, o 💯 (cem por cento) se destaca como um símbolo de intensidade, compromisso total e esforço máximo. Mas o que acontece quando essa ideia de perfeição entra em conflito com a realidade?

Na minissérie Adolescência, da Netflix, o conceito do 80/20 é um dos temas centrais. Inspirado no Princípio de Pareto, ele sugere que 80% dos resultados vêm de apenas 20% dos esforços ou das pessoas envolvidas. No contexto da série, essa lógica se reflete na forma como os jovens lidam com aceitação social, autoestima e a busca por validação.

E é aqui que o emoji 💯 entra em cena. Ele representa a pressão para ser sempre 100% perfeito, alcançar 100% de aprovação, viver uma vida 100% sem falhas — uma ilusão amplificada pelas redes sociais. Os adolescentes se veem constantemente tentando atingir esse ideal inatingível, sem perceber que, na realidade, grande parte daquilo que realmente importa vem de uma pequena parcela de ações, escolhas e relacionamentos.

Ao longo da narrativa, a série desmonta essa obsessão pelo “tudo ou nada”, mostrando que a busca pelo 💯 muitas vezes leva à frustração, insegurança e até à exclusão social. O verdadeiro equilíbrio, assim como na vida real, está em entender que nem tudo precisa ser perfeito — e que, muitas vezes, os 20% certos são mais valiosos do que a ilusão de 100%.

Quando a Comunicação se Torna um risco

Para os adolescentes, simples figuras se tornam uma linguagem e muita coisa pode estar implícita nessa comunicação. Confira alguns emojis que podem ser significados além, dependendo do contexto e teor da conversa:

Cunho sexual

– Órgão sexual masculino

🍆 🌭 🍌 🌽

– Órgão sexual feminino

🌷 🌮 🍣 🐱

– Partes corporais

🍑 🌰 🍒 🐫 🍈 🍈🏀 🏀

– Cunho sexual sugestivo

🚀 🍾 💦 🍭 👄 👅 🍑 😛 🍆 🔨 🛌 🔥 🍜 🔞 🥵 😈 🤤 🥖🍯 👉👌 🍌🍩 🍆🌮 🐍🌷

Consumo ilícito

– Cannabis

🌿 🍁 🥦 🍀

– Cocaína

❄️ 🥥 🤧 ⛄

– Anfetaminas

💎 🏔️ 🩵 🧪

– Heroína

💉 🐎 🎯 🤎

– MDMA e Cogumelos

🍬 ⚡ 🤯 ❌ ❤️ e 🍄

Geral

– Linguagem geral e sugestiva

💨 🚬 ⚗️ 🚀 ⛽ 🔥

– Linguagem utilizada por traficantes

🔌 🤑 💵 👑 🥧 🍪

No fim das contas, Adolescência não é apenas uma série sobre os desafios da juventude, mas um espelho de uma geração que cresce sob a influência das redes sociais, da validação digital e da pressão por um ideal inatingível. Seja na busca pelo 💯 ou na ilusão do 80/20, a narrativa nos lembra que nem tudo precisa ser perfeito para ser significativo. Em um mundo onde a conexão online dita as regras, o maior desafio talvez seja encontrar equilíbrio entre a realidade e a expectativa — e, acima de tudo, lembrar que a aceitação mais importante não vem de curtidas ou seguidores, mas de dentro para fora.

Você também pode gostar...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *